segunda-feira, 18 de maio de 2009

Carta ao pai


“A conta da saudade, quem é que paga?" (O Teatro Mágico)


Segunda-feira, 18 de Maio de 2009, 03:30 da manhã...


Hoje, eu realmente queria escrever algo alegre, otimista, com uma letra enorme: FELIZ ANIVERSÁRIO PAI, TE AMO!
Hoje, o dia poderia ser completamente diferente, apesar de ser segunda-feira, dia mundial da preguiça e mal humor pra mim (exceto em dias de pagamento, rs) poderia ser alto astral, muita música e a família toda reunida.
Mas, infelizmente, não será, quer dizer, hoje continua a ser seu aniversário, eu apenas não te darei aquele super abraço nem te entregarei um presente antes de ouvir um: “Não precisava, minha filha”.
É, meu querido PAI, tudo isso PODERIA ser real se você estivesse aqui comigo.
Escrevo este post aos prantos, não consegui dormir bem, talvez por isso não te encontrei em meus sonhos e acordei com o coração apertado como se uma das artérias estivesse entupida.

Daqui a algumas horas irei trabalhar como se fosse um dia normal, como se nada estivesse me sufocando, estamparei um sorriso que não fará parte do meu rosto, mas, apenas por algumas horas...
Ao fim do dia, não voltarei cedo pra casa, farei outro percurso, caminharei sem pressa, tentarei respirar outros ares, no máximo, te comprarei flores, as mais perfumadas para que elas possam exalar um pouco a saudade que sinto de ti.
Uma saudade que aperta meu peito e simultaneamente espreme meus olhos até desfazer-se em água...uma água que sai para tentar amenizar toda esta dor que me consome.
Sei que esta será minha sina, carregarei esta ferida por toda minha vida, uma ferida que nunca cicatrizará e que, em certos períodos, sangrará como se estivesse acabado de me ferir. Estou inevitavelmente presa a isto, sinto-me frágil como uma tartaruguinha quando lhe é tirado o casco.
Por isso pai, apareça mais tarde em meus sonhos viu. Hoje me reservarei o direito ao "isolamento", tentarei chegar “bem” em casa, na verdade, precisarei acordar melhor amanhã, teremos aniversário da mãe e da sobrinha, você sabe né?!
Com amor,

Lu.

♪ Mudaram as estações – Cássia Eller

2 comentários:

CátiaSofia disse...

POr mais que lutemos contra essas fridas tão feias, não nos podemos desfazer delas, tem que ter muita força, levantar a cabeça e não se deixar invadir por um sorriso que não é sincero, por uma felicidade que não é verdadeira, procure a verdadeira alegria que à dentro de si, não de isole, e deixe sair de seus belos lá bios um sorriso sincero e lindo.
Isto é apenas uma fase, um pouco má, mas passa, só tem que ter muita força.
Beijo

Carlos Augusto disse...

Triste, mas bela carta, amiguinha!
Seu pai, onde estiver, deve se sentir orgulhoso da filha que tem.
Abração!